UFRJ Plural - Universidade Federal do Rio de Janeiro

Urbanização e sustentabilidade

Transportes sustentáveis começam a ser adotados no Brasil
Vivianne Tufani

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Campo de futebol

A sustentabilidade está em alta. A preocupação com as gerações futuras tem feito com que as pessoas pensem em preservar o planeta, optando por atividades que não poluem e não degradam o meio ambiente. Para que algo seja sustentável, é preciso que seja ecologicamente correto. Economizar água, cultivar áreas verdes, diminuir o uso de embalagens e reciclar o lixo são algumas atitudes que fazem com que os recursos naturais sejam preservados e se mantenham no futuro.


O professor Márcio D’Agosto, da Coppe – UFRJ, diz que o que falta para a população é informação: “Sustentabilidade e proteção ambiental todos acham importante, sabem que está na moda, mas não sabem como fazer, não têm noção de como poderiam estar atuando nesse sentido”.

A questão dos transportes é importante no âmbito da sustentabilidade, e muitas mudanças precisam ser feitas. Os veículos são responsáveis por grande parte da emissão de gases poluentes e contribuem para as mudanças climáticas e a poluição do ar. O grande objetivo é que as pessoas diminuam o uso do transporte individual e passem a usar os coletivos, como ônibus e trens. Os transportes sustentáveis visam reduzir o uso de energia, utilizar combustíveis mais limpos e melhorar a qualidade de vida nas cidades.

Márcio D’Agosto é responsável pela disciplina Transporte e Meio Ambiente, que faz parte do curso de Engenharia Ambiental da UFRJ. O professor explica que, em termos de sustentabilidade de transporte e desenvolvimento da sociedade, o papel desse setor da Engenharia é estudar como as novas tecnologias podem ser usadas na prática e como elas podem atender o atual sistema de veículos que está nas ruas.

A comparação entre os diferentes tipos de tecnologia e energia são ambientalmente importantes para a área de transporte, e devem ser testados para o uso corrente: “Nós fazemos os testes e a avaliação dos benefícios que os novos veículos trazem para o meio ambiente, como a redução de poluição e ruídos, por exemplo”, explica.

Transporte sustentável no Brasil

Para o professor, a barreira que se tem hoje para a implantação de transportes sustentáveis no país é o custo. As tecnologias que reduzem o consumo de combustíveis e a poluição têm um valor adicional.

Um combustível alternativo mais caro que o diesel usado nos ônibus, causa um impacto no custo operacional. “Se hoje já questionamos o aumento da tarifa porque achamos o sistema ruim e caro, imagina se a gente dissesse que quer aumentar o preço para introduzir uma tecnologia que ajuda o meio ambiente, mas aumenta o custo?”, diz Márcio.

O Brasil usa muito mais transporte rodoviário em detrimento do aquaviário, ferroviário e dos não motorizados, como a bicicleta. Até nos transportes de carga, o rodoviário é o mais utilizado. Segundo o professor, algumas atitudes já deveriam ter sido feitas para diminuir o impacto ambiental: “Nós teríamos um ganho imenso em benefícios ambientais se praticássemos a transferência modal e conseguíssemos efetivamente tirar os passageiros do automóvel e colocar nos ônibus ou nos trens, mas o que impede é a infraestrutura”.

Projetos

Ônibus H2+2

Um dos projetos sustentáveis da Coppe é o ônibus híbrido desenvolvido pelo laboratório de hidrogênio (LabH2), e que conta com tecnologia 100% nacional.

O ônibus consome energia produzida a bordo, através de uma pilha a combustível alimentada por hidrogênio, e tem emissão zero de poluentes, produzindo apenas vapor d’água. Além disso, há também o aproveitamento da energia cinética, adquirida com a movimentação do veículo nas frenagens e desacelerações, sendo transformada em energia elétrica.

Márcio explica que um dos próximos passos é a construção de um posto de abastecimento de hidrogênio: “O combustível é caro e ainda não é disponível, por isso a importância de se construir um ponto para abastecimento”.

MagLev – Cobra

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Campo de futebol

O MagLev é um trem compacto e leve, que não precisa de rodas e trilhos, e flutua por levitação magnética sobre plataformas suspensas. O veículo é ecologicamente correto, com menor poluição sonora e consumo de energia. 

O projeto faz parte do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe, e visa ser uma alternativa para facilitar a mobilidade nas grandes cidades.

O custo do MagLev - Cobra é um ponto favorável. A implantação desse tipo de transporte custa 70% a menos do que a de um metrô normal, e causa um impacto muito menor na cidade.